sábado, abril 28, 2012
By Alisson Fidelis

Nascido e criado até os 12 anos na bucólica Amambai, cidade da
fronteira do Mato Grosso do Sul com o Paraguai, pai dos meninos João
Marcos e Áquila, e casado com a senhora Elda Ana, o servidor Antônio
Marcos Martins Manvailer é um típico exemplo dos muitos brasileiros que
vêm de mala e cuia para Rondônia e aqui, passados alguns anos, encontram
o caminho para a realização de seus sonhos. Atual servidor da Justiça
Federal rondoniense, onde ocupa o cargo de Oficial de Justiça, Manvailer
está a poucos passos de realizar o seu sonho, que é se tornar
efetivamente um membro do Ministério Público Federal, já que seu nome
consta na lista de aprovados do último concurso para provimento de cargo
da Procuradoria da República e ele está esperando apenas o ato de
posse, o que pode acontecer na semana que vem. Ele é um rondoniano
brilhando no cenário jurídico nacional.Filho do senhor Avarde Bambil Manvailer e de dona Eroni Martins
Manvailer, ele fincou âncoras por estas paragens aos 16 anos, em 1986,
vindo de Campo Grande/MS. Dois anos depois, já prestando serviço militar
na amazônia, Manvailer começa a colecionar suas primeiras vitórias (foi
condecorado com honra e mérito de soldado padrão, ganhando também
medalha de prata como 2º melhor combatente da 17ª Brigada de Infantaria
de Selva) e derrotas (depois de trabalhar como comerciário, tornou-se
microempresário e em seguida foi à falência, tendo, ato contínuo, vivido
a experiência de vender panela e salada de frutas nas ruas de Porto
Velho, para garantir a sobrevivência da prole). Casado e concluindo “mal
e porcamente” o 2º grau aos 24 anos, Manvailer viveu nessa época uma
das piores crises de sua vida.Com ajuda do irmão, Carlos Manvailer, o
futuro Procurador da República passou a trabalhar numa lanchonete,
instalada dentro da Assembléia Legislativa. Iniciou o curso de Educação
Física na UNIR, mas teve de abandonar o estudo superior para se dedicar
ao trabalho, fonte de manutenção material da família. Ao prestar seu
primeiro concurso público, para o cargo de Comissário de Menores do
Tribunal de Justiça do Estado, o Manvailer errou quase todas as questões
da prova – foi um desastre, segundo ele. Perseverante, ele se
reabilitou no ano seguinte, passando no concurso do Tribunal Regional
Eleitoral, mas não conseguiu vaga. Trabalhando na lanchonete e estudando
ao mesmo tempo, fez no ano de 1996 a sua melhor colheita intelectual:
passou nos concursos do Tribunal de Justiça/RO, do Tribunal Regional do
Trabalho e da Justiça Federal, onde trabalhou no setor de serviços
gerais, distribuição e na seção de cadastro. Em 1997, ele aproveitou o
embalo e ingressou no curso de Direito da Universidade Federal e na
Seção Judiciária de Rodôndonia. Tornou-se Oficial de Justiça no ano de
2002, quando também colou grau no curso de Direito da Unir. Passou,
então, a prestar concurso para a magistratura, uma de suas ambições
profissionais, despois de ter abandonado a idéia de seguir a carreira
militar. A partir de 2010/2011, focou a jornada de estudo para os cargos
da Procuradoria da República, tendo chegado à conclusão que se
identificava com a carreira. Foi aprovado. Mas seu maior concurso
existencial não foi esse, ocorreu lá na infância quando tinha apenas
duas semanas de vida e teve de verncer um tétano no cordão umbilical. Ao
ser levado a um médico, este teria dito:”é melhor levar a criança pra
morrer em casa porque esse caso não tem mais jeito, o têtano já travou
seus maxilares, ele não em como se alimentar e morrerá em pouco tempo;
não tem mais jeito, não”. Teve. Sua mãe, Dona Eroni, religiosa,
encomendou sua vida a Deus, enquanto benzendeiras passavam óleo de
copaíba no seu umbigo enfermo. O rebento prosperou e venceu a morte. Mas
ela voltou a desafiar Manvailer: anos mais tarde, foi acometido de uma
pancreatite cujo índice de mortalidade era de quase cem por cento.
Novamente Dona Eroni invocou os cuidados do Criador para com seu filho –
e as suas preces foram atendidas. Estavam abertos os caminhos da
carreira do Ministério Público Federal para o servidor que, com um pé na
estrada, o apoio pedagógico do professor Francisco Marinho e o coração
apoiado em Deus, venceu duas vezes a morte iminente e se fez Procurador
da República Federativa do Brasil.
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